domingo, 5 de fevereiro de 2017

"TAUÁ / MARIA FARINHA", DE AURÉLIO LOIOLA.

TAUÁ / MARIA FARINHA

(Aurélio Loiola)

A terra que se ama
é tal qual a mulher amada:
companheira do dia-a-dia,
sol, calor, noite de luar,
estrela, constelação,
bússola,
harmonia, bem-estar,
um carrilhão de poesia!...

Pulsa, vibra em minha vida
tal sentimento profundo:
Tauá é a mais querida
deste planeta do mundo.

Dos Inhamuns, a riqueza,
no comércio, agricultura,
tem Faculdade, “beleza”,
é um polo da Cultura.

Por lá eu era roceiro,
também vaqueiro romântico...
por aqui, eu sou praieiro
junto ao Oceano Atlântico.

Hoje, esta é minha roça:
bela Maria Farinha –
tem mar, coqueiros, palhoça...
Majestade princesinha.

São minhas terras queridas:
Tauá, Maria Farinha:
aquela, berço, torcidas ...
esta, hoje, é Pátria minha.

Saudade é doce coceira,
fervente que nem panela,
mexe, mexe a vida inteira
e ninguém vive sem ela...

Sou vaqueiro da saudade,
boiadeiro do sertão,
cultivo a fraternidade
com profunda devoção.

Dos Inhamuns, a Princesa,
minha querida Tauá,
tem encanto, tem beleza,
orgulho do Ceará.

É Tauá, cidade bela,
a terra do meu cantar;
sua gente mui singela,
um pedaço do luar...

Mexe com a gente a saudade,
que alegra e nos faz bem,
visão de felicidade
esta lembrança de alguém.

Velha Fazenda Bezerros,
o meu torrão mui amado,
mesmo bastante distante,
sou por ti apaixonado.

Quando mais ele me amou,
eu deixei o meu sertão;
mas ele não me deixou:
é de sangue, um irmão.

Adeus, querido sertão!
Outra missão me chamava –
continuo preso a ti,
longe de tudo que amava.

Aurélio Loiola

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