30 ANOS DO SAMBÓDROMO DO RIO: NÃO DÁ PARA OMITIR O NOME DE BRIZOLA
(João Álcimo Viana Lima, em 9/3/2014).
Sobre
os 30 anos da inauguração do Sambódromo, no Rio de Janeiro (RJ), o Sistema
Globo, através do portal G1, disse, em 25/2/2014, que a obra se trata de
projeto de Oscar Niemeyer e ideia do Darcy Ribeiro. Mas, não falou que referido
equipamento público (hoje tão destacado por sua relevância pelas Organizações
Globo), foi executado pelo governador Leonel Brizola, em sua primeira gestão à
frente do governo fluminense.
Em 1983/84, o Sistema Globo fez ostensiva oposição à construção
do Sambódromo, ridicularizando a ousadia e o projeto do governador da época. O
jornal O Globo chegou ao ponto de em charge, publicada em 3/3/1984, comparar
Brizola a Odorico Paraguassu, personagem criado pelo dramaturgo Dias Gomes.
Hoje, o então projetado "cemitério", na metáfora e na sátira da
equipe de Roberto Marinho, está sendo definido, pelo mesmo jornal, como o
"maior palco do carnaval no planeta". Mas, em vez de se retratar da
oposição raivosa e parcial, dessa vez omite ou cita somente de forma indireta e
na condição de mero coadjuvante, o nome de seu construtor: Leonel Brizola.
Parece que após 10 anos de sua morte, Brizola continua a fazer
medo às Organizações Globo. A omissão de seu nome quando se fala da construção
e da história do Sambódromo é um grande absurdo. Guardadas as devidas
proporções, imaginemos falar da história de Brasília sem fazer referências ao
presidente Juscelino Kubitschek.
Concordo plenamente com jornalista e ex-assessor de Brizola,
Fernando Brito, que vivenciou "essa peleja". 30 anos depois, Brito
tem a convicção de que "não haverá no mundo [...] engenheiro capaz de
transformar sonho em realidade se não houver a massa etérea do sonho como
matéria - prima do concreto". Viva o Sambódromo, sonhado e materializado por
Leonel Brizola.
Charge do jornal O Globo, comparando Brizola ao folclórico personagem Odorico Paraguassu.
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