No dia do falecimento de Nilton Santos (1925-2013), o maior lateral esquerdo brasileiro de todos os tempos e bicampeão mundial em 1958 e 62, transcrevemos essa homenagem do saudoso cronista e jornalista Armando Nogueira:
Poema e
crônica a Nilton Santos.
Tu, em campo,
parecias tantos,
E, no entanto,
que encanto!
Eras um só;
Nílton Santos.
(Armando Nogueira)
Tu, em campo,
parecias tantos,
E, no entanto,
que encanto!
Eras um só;
Nílton Santos.
Era um amistoso na cidade do México: Botafogo x River Plate. Garrincha estava
estraçalhando o beque Vairo. Nestor Rossi, o maestro da seleção argentina,
chamou o lateral do River e aconselhou:
- Quer melhorar teu futebol? Então faz o seguinte: aquele ali é o Nílton Santos, beque esquerdo como você. Vai lá perto, disfarça e passa a mão na perna dele. Só isso. Passa a mão que naqueles pés está o futebol de todos os beques do mundo.
Pés que jamais deram um bico na bola; reflexos que jamais foram traídos pelos efeitos de uma bola; atleta de equilíbrio assombroso, que jamais caiu no campo, a não ser derrubado.
- Quer melhorar teu futebol? Então faz o seguinte: aquele ali é o Nílton Santos, beque esquerdo como você. Vai lá perto, disfarça e passa a mão na perna dele. Só isso. Passa a mão que naqueles pés está o futebol de todos os beques do mundo.
Pés que jamais deram um bico na bola; reflexos que jamais foram traídos pelos efeitos de uma bola; atleta de equilíbrio assombroso, que jamais caiu no campo, a não ser derrubado.
Nílton Santos, craque extraordinário que encarnou a
prefiguração de toda a evolução tática do futebol moderno. Craque que viveu no
campo duas faces de uma equipe, porque sendo zagueiro sempre teve alma e
audácia de atacante.
Nasceu com o talento de fazer gols e acabou
glorificado pela arte de evitá-los.
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