Prezados(as),
Transcrevo, abaixo, comentário do jornalista Érico Firmo, escrito na coluna "Política', do jornal O Povo, em 19/11/2013.
Embora um primor de previsibilidade, chega a ser engraçada essa
conversa de que os condenados do mensalão são presos políticos.
Despropositada, sobretudo, quando o julgamento parte de um tribunal no
qual oito dos 11 atuais membros foram indicados por Lula ou Dilma
Rouseff. Foram os dois petistas que ocuparam a Presidência da República
que definiram o desenho da Corte.
A própria analogia que fazem José Dirceu e José Genoino com a
perseguição de que foram alvo durante a ditadura só é compreensível na
tentativa de reconstrução simbólica da história, pois o contraste entre
um momento e outro é imensurável. Mas faz parte do jogo. Nunca vi mesmo
nenhum condenado gostar da sentença imposta. Ninguém sai dizendo que o
tribunal acertou. Comportamento extensivo aos simpatizantes. É o que se
costuma chamar de “jus esperniandis” – o sagrado direito de espernear.
A despeito de tudo isso, a forma como as prisões vêm sendo executadas
extrapola a legalidade. Condenados que deveriam estar em regime
semiaberto ficaram, na prática, em regime fechado meio que por inércia.
Está errado. Além disso, transportar para Brasília gente que se sabe que
cumprirá pena nos estados de origem significa – além do circo – apenas
desperdício de dinheiro público. O clamor por condenação não pode jamais
justificar o desrespeito à lei. O respeito aos direitos individuais –
mesmo de criminosos condenados – são garantia de Justiça para todos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário