quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

MEC avalia possíveis causas da queda de incrições no segmento EJA.

Abaixo, segue matéria publicada no site da Rede Globo, que aborda as possíveis razões da queda de matrículas em Educação de Jovens e Adultos (EJA). Para além do que foi dito, ressalto a grande dívida histórica e social do Brasil no tocante aos investimentos na educação pública. A necessidade de termos a EJA como modalidade de ensino é uma consequência dessa dívida. Além disso, há uma tendência, em meio a uma atenção maior dada à educação nos últimos anos, que se priorize nas políticas públicas a educação escolar ministrada regularmente nos níveis de ensino em que os alunos estão matriculados na idade certa ou aproximadamente à idade certa.




Disponível em: http://redeglobo.globo.com/globoeducacao/noticia/2012/01/mec-avalia-possiveis-causas-da-queda-de-incricoes-no-segmento-eja.html
O número de matrículas na educação para jovens e adultos está caindo, de acordo com dados do Censo Escolar 2010. Em 2009, 4,6 milhões de alunos estavam matriculados na modalidade. Em 2010, o registro foi de 4,2 milhões, uma redução significativa de 8%. A maior queda ocorreu entre os alunos do Ensino Médio. A quantidade de escolas que oferece a modalidade no país também vem diminuindo. Em 2007, 42.753 colégios ofereciam turmas de EJA. Em 2010, este número ficou em 39.641. Para Edmilson Leite, representante dos Fóruns EJA do Brasil na Comissão Nacional de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos (CNAEJA), o fato é grave e a diminuição de matrículas pode estar acontecendo por diversos fatores:

Edmilson Leite, representante dos Fóruns de EJA.
“Temos algumas ideias a respeito. Uma delas é que com o aumento da alfabetização da população, fica mais difícil chegar até as pessoas analfabetas. Outro fator que já pedimos para o Ministério da Educação (MEC) avaliar é o que diz respeito ao investimento no setor, mais baixo do que em outras modalidades de ensino. Para cada matrícula na EJA, as redes estaduais e municipais recebem 80% do valor pago por estudante do Ensino Fundamental matriculado na rede regular da área urbana. Há municípios que preferem colocar os adultos em turmas regulares, para obter mais recursos. Todos os níveis deveriam ter o mesmo percentual de investimento”, defende.

Mauro José da Silva, diretor de Políticas de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos do MEC, assume que realmente o número de matrículas na modalidade está caindo desde 2006, mas diz que o ministério está tentando reverter essa situação ou, pelo menos, descobrir o que está provocando a queda de matrículas de jovens e adultos.

“Desde 2007 nós temos as agendas territoriais, com representantes de vários segmentos, para sentar e entender a situação. O que percebemos é que temos uma oferta de alfabetização consistente, mas existe dificuldade de oferecer oportunidade para que as pessoas continuem os estudos. Temos 14 milhões de analfabetos e 60 milhões de pessoas que não concluíram o Ensino Fundamental. Mobilizamos nossos esforços para que essas pessoas completem os estudos. Sobre o investimento em EJA, não adianta ampliar o recurso, se os estados e municípios não o utilizam no setor. Estamos cobrando explicações em relação a isso”, completa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário