Abaixo, reproduzo parte de matéria publicada so site do jornal Tribuna do Planalto, de Goiânia.
Disponível em: http://www.tribunadoplanalto.com.br/escola/13779-letras-em-conflito-
Letras em conflito
Você se lembra de ter recebido uma carta de um amigo nos últimos seis meses? Talvez um bilhete ou uma longa missiva de amor? Não?! Calma, não se desespere, não há problema algum com você! Nesses tempos de alta tecnologia, dos tablets e smarthphones, o normal é receber e-mails, torpedos e mensagens de redes sociais. E, como era de se esperar, toda essa inovação foi parar nas escolas.
Não é de hoje que jovens levam notebooks para sala de aula, usam os celulares para fazer vídeos e até abusam do famoso “Crtl C” “Crtl V”(copiar e colar) para fazer os trabalhos escolares. Mas, o que antes acrescentava, agora ameaça eliminar uma cultura milenar: a letra cursiva.
Isso porque em 46 estados dos Estados Unidos o ensino da letra cursiva será opcional no momento, e tem a previsão de ser banido definitivamente nos próximos anos. A iniciativa é do Common Core Stated Standards Initiativa (Iniciativa para um Padrão Comum de Currículo), grupo que é responsável pela padronização do ensino básico no país.
A justificativa do grupo é que as crianças de hoje praticamente não precisam mais escrever à mão, tornando essa forma de escrita ultrapassada. Para eles, o melhor é se concentrar no aprendizado das letras de forma e na digitação. A medida não é obrigatória. As escolas ainda podem ensinar a letra cursiva, caso achem necessário. Mas a recomendação do grupo é que elas deixem de oferecer tal aprendizado.
Polêmica
Como o que acontece nos Estados Unidos reflete no mundo inteiro e gera tendências, a medida acabou virando polêmica. Por aqui, a notícia não foi muito bem recebida pelos professores. Para eles, a letra cursiva ainda é necessária. “Ela faz parte da história e da cultura do homem. A letra cursiva é necessária porque caracteriza a nossa escrita à mão”, defende Cinthia Rocha, professora de alfabetização da Escola Municipal Isabel Espiridião Jorge.
Posição semelhante é a da também professora de alfabetização da Escola Municipal Isabel Espiridião Jorge, Regina de Oliveira. “A letra cursiva faz parte da nossa cultura tanto como a letra de imprensa”, alerta ela. Atualmente, não há mais aquela cobrança pela estética da letra cursiva. Se antes os alunos ficavam horas treinando a beleza de sua caligrafia, hoje os professores cobram é o traço correto. “Eu acredito que as duas letras poderiam caminhar juntas, mesmo porque você vai encontrar a letra cursiva em outros suportes, como assinaturas e também em textos e anúncios publicitários,” ressalta Regina.
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