quarta-feira, 27 de novembro de 2013

POEMA E CRÔNICA A NILTON SANTOS, A ENCICLOPÉDIA DO FUTEBOL.

No dia do falecimento de Nilton Santos (1925-2013), o maior lateral esquerdo brasileiro de todos os tempos e bicampeão mundial em 1958 e 62, transcrevemos essa homenagem do saudoso cronista e jornalista Armando Nogueira:



Poema e crônica a Nilton Santos.

(Armando Nogueira)


Tu, em campo,
parecias tantos,
E, no entanto,
que encanto!
Eras um só;
Nílton Santos.


Era um amistoso na cidade do México: Botafogo x River Plate. Garrincha estava estraçalhando o beque Vairo. Nestor Rossi, o maestro da seleção argentina, chamou o lateral do River e aconselhou:
 
- Quer melhorar teu futebol? Então faz o seguinte: aquele ali é o Nílton Santos, beque esquerdo como você. Vai lá perto, disfarça e passa a mão na perna dele. Só isso. Passa a mão que naqueles pés está o futebol de todos os beques do mundo.

 
Pés que jamais deram um bico na bola; reflexos que jamais foram traídos pelos efeitos de uma bola; atleta de equilíbrio assombroso, que jamais caiu no campo, a não ser derrubado. 


Nílton Santos, craque extraordinário que encarnou a prefiguração de toda a evolução tática do futebol moderno. Craque que viveu no campo duas faces de uma equipe, porque sendo zagueiro sempre teve alma e audácia de atacante.


Nasceu com o talento de fazer gols e acabou glorificado pela arte de evitá-los.

Gomes de Freitas e o manto protetor das terras de Tauá e Inhamuns.

No livro "Inhamuns (Terra e Homens)", publicado, em 1972, pela Editora Henriqueta Galeno,  o escritor e deputado Antônio Gomes de Freitas escreveu o seguinte:

Infelizmente a inconsequência dos homens vem acabando o manto protetor da terra. A devastação das matas desfiguram fisionomicamente a região, rouba-lhe as essências vegetais que não mais tornarão. É desolador o aspecto das terras devastadas. Uma vegetação rasteira, sem maior utilidade econômica, e, aqui e acolá, o esqueleto de uma árvore de grande porte que o fogo não conseguiu transformar em cinzas.


Hoje, após 41 anos da publicação de Antonio Gomes de Freitas, como está a "fisionomia" de Tauá e da Região dos Inhamuns? Como estamos tratando o "manto protetor da terra"? 

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

TAUÁ DE JOAQUIM PIMENTA.


“Dias que se sucediam, todos iguais. Pela manhã, banho no rio, com água pela cintura; o copo de leite, no curral; o café, o cuscuz de milho. Almoço às dez horas. Até o jantar, às três, quase ninguém na rua, porque o sol estava de rachar. No mercado, em cada loja (estabelecimento comercial de tecidos e objetos de adorno) o dono cochilando com a cabeça sobre o balcão ou jogando bisca com o vizinho, e um ou outra sujeito, perto, calado, de mão no queixo, espiando o jogo”.


Essa descrição da cidade de Tauá foi feita pelo renomado professor, jurista e jornalista tauaense Joaquim Pimenta (1886-1963), no livro Retalhos do passado, publicado pela Livraria Editora Freitas Bastos, em 1945. Ressalte-se que em 1904 Joaquim Pimenta foi estudar em Fortaleza e, conforme está relatado na referida obra, ele retornou a Tauá, em visita, no ano de 1909.

Mais de um século após o tempo narrado por Joaquim Pimenta, que descrição podemos fazer do cotidiano atual da cidade tauaense?



A situação de Genoino.

Sem entrar no mérito da condenação, de quem se trata, da sua biografia e do seu partido, está evidenciado que o deputado José Genoino, que fez cirurgia cardíaca em julho deste ano, está necessitando de cuidados médicos, com urgência e regularidade.

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Demolição de prédio histórico: Um exemplo a não ser seguido.



O jornal Tribuna do Ceará "online" e a TV Jangadeiro veicularam matéria sobre a demolição de uma centenária igreja, no município de Itapipoca/CE.

Trata-se de um exemplo a não ser seguido, mas que deve nos levar à reflexão sobre o nosso papel na preservação do patrimônio cultural de nossos lugares. 

A seguir, vejam a matéria.


 

Demolição de igreja centenária deixa população indignada.

Alguns moradores foram contra a derrubada do templo, pois, atualmente, não há nenhuma outra igreja católica na localidade.

A demolição de uma igreja de 103 anos em Barrento, distrito de Itapipoca, no interior do Ceará, está causando polêmica entre os moradores da região.

Alguns moradores foram contra a derrubada do templo, pois, atualmente, não há nenhuma outra igreja católica na localidade. Além de não ter onde celebrar missa, também não é possível realizar velórios. A igreja teve que ser demolida devido a precariedade da estrutura. Uma vistoria havia apontado risco à população.

Vejam a matéria em:  http://tinyurl.com/lg6wycc.

 

 

"Mensalão, choradeira e desrespeito", por Érico Firmo.

Prezados(as),
Transcrevo, abaixo, comentário do jornalista Érico Firmo, escrito na coluna "Política', do jornal O Povo, em 19/11/2013.

Embora um primor de previsibilidade, chega a ser engraçada essa conversa de que os condenados do mensalão são presos políticos. Despropositada, sobretudo, quando o julgamento parte de um tribunal no qual oito dos 11 atuais membros foram indicados por Lula ou Dilma Rouseff. Foram os dois petistas que ocuparam a Presidência da República que definiram o desenho da Corte.

A própria analogia que fazem José Dirceu e José Genoino com a perseguição de que foram alvo durante a ditadura só é compreensível na tentativa de reconstrução simbólica da história, pois o contraste entre um momento e outro é imensurável. Mas faz parte do jogo. Nunca vi mesmo nenhum condenado gostar da sentença imposta. Ninguém sai dizendo que o tribunal acertou. Comportamento extensivo aos simpatizantes. É o que se costuma chamar de “jus esperniandis” – o sagrado direito de espernear.

A despeito de tudo isso, a forma como as prisões vêm sendo executadas extrapola a legalidade. Condenados que deveriam estar em regime semiaberto ficaram, na prática, em regime fechado meio que por inércia. Está errado. Além disso, transportar para Brasília gente que se sabe que cumprirá pena nos estados de origem significa – além do circo – apenas desperdício de dinheiro público. O clamor por condenação não pode jamais justificar o desrespeito à lei. O respeito aos direitos individuais – mesmo de criminosos condenados – são garantia de Justiça para todos.