MINHA SELEÇÃO BRASILEIRA DE TODOS OS TEMPOS.
PELÉ – Edson Arantes do Nascimento (Três Corações/MG, 1940 - ).
Com 17 anos, o adolescente Pelé, aos 9 do 2º tempo, na final da Copa de 1958, recebe a bola na área sueca, finta o 1º defensor ao matar a bola no peito, aplica o lençol no 2º defensor e, num chute de primeira, faz o 3º gol do Brasil. Um “gol de placa”, mas essa denominação seria criada três anos depois, em outro golaço de Pelé, na vitória contra o Fluminense, no Maracanã. Maior atleta de futebol do planeta, maior artilheiro da história do futebol (1281 gols) e da Seleção Brasileira (95 gols), o “Rei” Pelé ganhou três Copas do Mundo (1958/62/70). Pelo Santos, ganhou nada menos de que 2 Mundiais de Clube, 2 Libertadores da América, 6 brasileiros, 4 torneios Rio-São Paulo e 10 paulistas. Sem mais palavras: Pelé é Pelé!
Gilmar; Djalma Santos, Mauro, Domingos da Guia, Júnior; Zito, Rivelino, Zico; Jairzinho, Ronaldo e Tostão.
(João Álcimo Viana Lima, em junho/2014).
Há quem diga que no Brasil existem 201 milhões de técnicos de futebol. Certamente, não temos essa proporção de 1 treinador por 1 habitante, mas, em sendo o futebol uma das grandes paixões nacionais, não faltam palpiteiros e comentaristas sobre as mais diferentes escalações. Então, lá vou eu. O propósito, às vésperas da Copa do Mundo em gramados brasileiros, é escalar a Seleção Brasileira de todos os tempos, com todos os riscos de atrair vozes discrepantes, afinal de contas são muitos os treinadores neste País.
Esclareço que a escolha se deu com base no que vi, li e ouvi. Portanto, vídeos, revistas, jornais e transmissões radiofônicas e televisivas foram utilizados como fontes, por mim, para o cumprimento desta tarefa.
Escalei a Seleção de todos os tempos no esquema tático 4-3-3. Dos atletas escolhidos, 5 deles, a meu juízo, são incontestes. Pela ordem: Pelé, Garrincha, Nilton Santos, Didi e Carlos Alberto Torres.
As outras 6 vagas levaram-me a escolher entre mais de uma opção. No gol, fiquei dividido entre Gilmar (goleiraço campeão do mundo em 1958 e 62) e “São” Marcos, que ganhou a preferência. Na zaga, entre Domingos da Guia (back de estilo clássico e titular da Copa de 1938), Mauro Ramos (campeão do mundo e capitão do Brasil em 1962), Orlando e Aldair, optei pelos dois últimos. Na posição de volante, fiquei tentado em escalar Zito (campeão do mundo em 1958 e 62, ídolo do Santos, extraordinário no desarme e criador de jogadas), mas decidi-me pela técnica acurada de Falcão.
Na vaga de terceiro homem de meio-de-campo, a dúvida residiu entre os 826 gols e o talento extraordinário de Zico (maior ídolo da história do Flamengo e integrante da encantadora Seleção de 1982), a “patada atômica” e o “drible elástico” de Rivelino (campeão mundial de 1970) e a “canhota de ouro” de Gérson (também, campeão de 1970), que ficou com a vaga. Como centroavante, optei por Romário, mas com menções honrosas dirigidas a Ronaldo “Fenômeno” (campeão do mundo em 2002 e maior artilheiro da história das Copas).
Para a função de treinador, visualizei o nome de Telê Santana, mas logo o descartei. Na minha compreensão, apesar de seus diversos títulos em clubes (principalmente, no São Paulo) e do futebol estético apresentado por suas equipes, seus dois fracassos em Copas do Mundo (incluindo o de 1982) o inviabilizam para ser ungido como o melhor técnico brasileiro da história. Com efeito, fiquei com a carreira vitoriosa de Zagallo, principalmente ao considerar sua performance na Seleção Brasileira.
Não há como negar que a conquista de uma Copa do Mundo é a referência dos sonhos para qualquer atleta e treinador brasileiro. E, sem dúvidas, essa referência repercute em sua biografia e na sua avaliação. Como se vê, na seleção montada por mim, apenas Falcão não foi campeão mundial. Outro detalhe é que todos os títulos mundiais estão contemplados na escalação. Considerando que Nilton Santos, Didi, Pelé e Garrincha ganharam mais de uma Copa, na Seleção de todos os tempos, temos 5 jogadores de 1958, 4 de 1962, 3 de 1970, 2 de 1994 e 1 campeão de 2002.
Vejamos, agora, com alguns detalhes, os jogadores que integram a Seleção de todos os tempos.
MARCOS – Marcos Roberto Silveira Reis (Oriente/SP, 1973 - ).
O apelido “São Marcos” foi decorrente das muitas defesas consideradas milagrosas, que ele fez com a camisa do Palmeiras (único time de sua carreira coroada de títulos) e da Seleção Brasileira. Campeão mundial em 2002, Marcos, além de não cometer falhas durante aquela Copa, foi o melhor jogador em campo no jogo contra a Bélgica, nas oitavas de final. Embora convocado para a Copa de 2006, o técnico Parreira optou por Dida para ser o titular da posição. Em 1999, suas grandes defesas levaram o Palmeiras à conquista da Libertadores da América.
CARLOS ALBERTO TORRES – (Rio de Janeiro/RJ, 1944 - ).
Capitão da seleção tricampeã, em 1970, disputou apenas aquela Copa, que foi suficiente para consagrá-lo. Por sinal, foi de Carlos Alberto Torres (num chute de primeira) o último gol do Brasil, na final contra a Itália, após grande jogada coletiva e passe de Pelé. Lateral extremamente habilidoso, é tido como o 1º ala do futebol mundial. O "Capita" foi destaque nos clubes em que atuou, como Santos, Fluminense e New York Cosmos. Dentre seus títulos, estão 2 campeonatos cariocas, 5 campeonatos paulistas e 2 campeonatos brasileiros.
A revista Placar, em sua edição de 3/8/1987, qualificou Aldair, à época com 21 anos, como um “zagueiro clássico”, que não “recorre às faltas” e “dificilmente recorre a um chutão”. Com esse perfil, mais tarde, pela Seleção Brasileira, ele foi tetracampeão (em 1994) e vice-campeão mundial (em 1998). Conquistou, ainda, duas edições da Copa América (1989/97) e a Copa da Confederações de 1997. Em clubes, pelo Flamengo, ganhou 1 Campeonato Carioca e o Módulo Verde de 1987; pela Roma, de quem é ídolo, ganhou outros títulos importantes.
Habilidoso na antecipação, marcador preciso, tranquilo na saída de bola e detentor de ótimo vigor físico. Orlando foi titular da zaga do Brasil em seu 1º título mundial (1958); para a Copa seguinte, conforme critério da época, não foi convocado pelo fato de estar jogando no exterior. Em times, foi destaque no Vasco (onde foi revelado), Boca Juniores e Santos, sagrando-se 2 vezes campeão carioca, 2 vezes campeão argentino e 2 vezes campeão paulista, além de ter conquistado 1 título brasileiro.
NILTON SANTOS – Nílton dos Santos (Rio de Janeiro/RJ, 1925 - Rio de Janeiro/RJ, 2013).
Campeão mundial em 1958 e 62 e, para a FIFA, o maior lateral esquerdo de todos os tempos. Conhecido como a “Enciclopédia do futebol”, o cronista Armando Nogueira, conceituou-o como “atleta de equilíbrio assombroso”, “craque extraordinário que encarnou a prefiguração de toda a evolução tática do futebol moderno” e zagueiro que “sempre teve alma e audácia de atacante”. Grande ídolo do Botafogo, seu único clube, por quem disputou cerca de 720 jogos e conquistou quatro campeonatos cariocas, dois torneios Rio-São Paulo e vários torneios internacionais.
Um volante completo, com grande capacidade de marcação, ótimo chute e habilidade na organização de jogadas. Na Copa de 1982, foi eleito o 2º melhor jogador, em que o pese o Brasil ter ficado em 5º lugar. Após várias lesões, foi para a Copa de 1986, mas ficou na reserva. Maior ídolo da história do Internacional/RS, por quem ganhou 5 títulos gaúchos e 3 brasileiros; maior expoente da equipe da Roma na conquista do scudetto (1982-83), após 41 anos, e de 2 Copas da Itália (1981 e 84). Seus títulos e atuações no clube italiano, renderam-lhe o cognome de “Rei de Roma”.
Meio-campista com enorme visão de jogo e que jogava com extrema elegância, Didi foi chamado de "Príncipe etíope", por Nelson Rodrigues, e de "O lapidador", pelo narrador Oswaldo Moreira. O autor da “folha seca”, cuja batida na bola, com o lado externo do pé, modifica sua trajetória, foi eleito o melhor jogador da Copa de 1958. Naquele Mundial, tornou-se emblemático seu gesto de serenidade e liderança, após a Suécia abrir o marcador, aos 4 minutos do 1º tempo. Campeão mundial em 1958 e 62, Didi destacou-se no Fluminense, Botafogo e Real Madrid, pelos quais conquistou vários títulos.
Na condição de comentarista, Gérson costuma “esbravejar” contra a deficiência técnica dos atletas em campo. O que o “Canhotinha de Ouro”, talvez, não compreenda é que “os outros são os outros”, como diz a composição cantada por Kid Abelha. Dono de lançamentos perfeitos (mesmo se a distância superasse os 40 metros), ótimo cobrador de faltas e detentor de chutes fortes e precisos, Gérson foi um dos expoentes do tricampeonato mundial, em 1970. Jogou e ganhou títulos pelo Flamengo, Botafogo, São Paulo e Fluminense (seu time de coração).
GARRINCHA – Manuel Francisco dos Santos (Magé/RJ, 1933 - Rio de Janeiro/RJ, 1983).
Para Carlos Drummond, com sua “irresponsabilidade amável”, Garrincha “contrariava todos os princípios sacramentais do jogo”, mas “alcançava os mais deliciosos resultados”. Assim, como de hábito, nos minutos finais das decisões contra a Suécia e a Tchecoslováquia, nos Mundiais de 1958 e 62, respectivamente, o "Anjo das pernas tortas”, com irreverência e talento, entortava seus marcadores com dribles desconcertantes. Em 1962, voltou a ser campeão do mundo, sendo o grande maestro do Brasil e eleito o melhor jogador da Copa. Maior ponta-direita da história do futebol e maior ídolo do Botafogo, por quem marcou cerca de 250 gols e ganhou vários títulos.
ATACANTE
ROMÁRIO – Romário de Souza Faria (Rio de Janeiro/RJ, 1966 - ).
Ele poderia ter jogado outras Copas (em 1990 jogou uma partida incompleta; em 1998, foi cortado por conta de uma lesão; em 2002, aos 36 anos, não foi convocado). Mas, bastou a Copa de 1994 para ele ser o seu “dono” e liderar o Brasil na conquista do título máximo, após 24 anos. Atacante veloz, “baixinho” cabeceador (que nos diga o goleiro sueco, na semifinal de 94) e decisivo. Autor de 1002 gols e artilheiro de 27 campeonatos. Campeão da Copa América em 1989 e 97 e da Copa das Confederações, em 1997. Jogou, com destaque, no Vasco, PSV Eindhoven, Barcelona, Flamengo e Fluminense.
ATACANTE
Com 17 anos, o adolescente Pelé, aos 9 do 2º tempo, na final da Copa de 1958, recebe a bola na área sueca, finta o 1º defensor ao matar a bola no peito, aplica o lençol no 2º defensor e, num chute de primeira, faz o 3º gol do Brasil. Um “gol de placa”, mas essa denominação seria criada três anos depois, em outro golaço de Pelé, na vitória contra o Fluminense, no Maracanã. Maior atleta de futebol do planeta, maior artilheiro da história do futebol (1281 gols) e da Seleção Brasileira (95 gols), o “Rei” Pelé ganhou três Copas do Mundo (1958/62/70). Pelo Santos, ganhou nada menos de que 2 Mundiais de Clube, 2 Libertadores da América, 6 brasileiros, 4 torneios Rio-São Paulo e 10 paulistas. Sem mais palavras: Pelé é Pelé!
TÉCNICO
ZAGALLO – Mário Jorge Lobo Zagallo (Maceió/AL, 1931 - ).
“Vamos acreditar, hein!”; “nós vamos ganhar!” Essas frases foram proferidas por Zagallo, ao abraçar e ao pegar na cabeça de seus jogadores, antes das cobranças de pênaltis, na semifinal da Copa de 1998. Vibrante, vencedor e com grande consciência tática. Zagallo venceu duas Copas do Mundo como jogador (1958 e 62), 1 como treinador (1970), 1 como coordenador técnico (1994) e foi vice em 1998. Como técnico, pela Seleção, venceu, também, a Copa América (1997) e a Copa das Confederações (1997); foi campeão da Copa da Ásia, pela Arábia Saudita (1984); em clubes, dentre outros, ganhou 5 títulos cariocas e 1 brasileiro.
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P.S.: Eis a minha segunda Seleção: Gilmar; Djalma Santos, Mauro, Domingos da Guia, Júnior; Zito, Rivelino, Zico; Jairzinho, Ronaldo e Tostão.
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