segunda-feira, 15 de maio de 2017

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS, IMPACTOS E RESSIGNIFICAÇÃO EDUCACIONAL.

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: CONCEITOS, IMPACTOS E RESSIGNIFICAÇÃO EDUCACIONAL(1)



 (João Álcimo Viana Lima)

Conceitualmente, Educação a Distância (EaD) representa uma modalidade de ensino, que se torna possível a partir das tecnologias digitais e de rede, que são utilizadas como mediadoras do processo educativo, cuja metodologia dos cursos pode ser totalmente a distância, semipresencial (modelo misto) ou presencial-virtual, com “estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos” (BRASIL, 2005)(2).
A partir de um cabedal teórico, com autores como Lynn Alves e Cristiane Nova (2003)(3) e Kátia Morosov Alonso (2005)(4), podemos visualizar a EaD como um fenômeno que requer reflexões críticas num macro contexto de educação, ao tempo em que podemos ampliar as suas definições conceituais, relacionando-a ao princípio da democratização e do acesso ao conhecimento e aos cursos formais; bem como, concebendo-a como um processo mais abrangente de inovação educacional.
Não obstante, a gênese da EaD no Brasil ter ocorrido na década de 1920, com a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, e em que pese à expansão, nas décadas seguintes, de cursos por correspondência e por meio dos sistemas radioeducativos e de telensino, a Lei nº 9.394/1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional/LDB)(5) configura-se como um marco na legislação e para a implantação de políticas e modelos educacionais associados às tecnologias digitais.
A LDB, no caput do artigo 80, estabelece que: “O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino a distância, em todos os níveis e modalidades de ensino, e de educação continuada”. Decorrido pouco mais de um ano, o Governo Federal publicou o Decreto nº 2.494/1998, regulamento o referido artigo. Em 2005, o Decreto nº 5.662, reafirmou, em seu artigo 2º, a oferta de cursos por meio de EaD na educação básica, educação de jovens e adultos (EJA), educação especial, educação profissional e educação superior.
A legislação brasileira, coadunada com o processo de expansão das estruturas de tecnologias da informação e comunicação, efetivou a implantação de programas sob a égide das perspectivas de EaD. Com efeito, foi criada, em 1996, a Secretaria de Educação a Distância (SEED), no âmbito do Ministério da Educação (MEC); foi instituído, em 1997, o Programa Nacional de Informática na Educação (ProInfo); e foram implantadas a Universidade Aberta do Brasil (UAB), em 2006, e a Escola Técnica Aberta do Brasil (e-Tec), em 2007.
Ressalte-se que os sistemas UAB e e-Tec, a partir do credenciamento de instituições públicas junto ao MEC, que se responsabiliza pela assistência financeira na elaboração e execução dos cursos, vêm promovendo uma considerável expansão na oferta de ensino técnico, em graduação e em pós-graduação, com a utilização dos métodos de EaD.
Diferenciando-se do tradicional modelo presencial, a EaD tem como características a utilização de tecnologias digitais na relação professor-aluno-conteúdo e a necessidade de um “cenário tecnopedagógico”(6), que são preponderantes para a qualidade dos cursos e aprendizagem dos alunos. No contexto dessa modalidade, as práticas de E-learning e de U-learning (que representa maior mobilidade de acesso e interação) tornaram-se realidade.
Inerente ao que foi mencionado, a definição dos professores e tutores e dos recursos tecnológicos estão entre os fatores determinantes para a qualidade dos cursos de EaD. Assim, os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), com suas funcionalidades, constituem-se em elemento central do processo. No tocante às funcionalidades, o correio eletrônico, o fórum, o motor de busca, o chat e a videoconferência estão entre as suas principais ferramentas. A adoção de software livre, com as devidas adequação e personalização, é outro aspecto relevante em torno do AVA, de modo a propiciar momentos de interação, produção de trabalhos e avaliações síncronas e assíncronas.     
Quanto à função ou às múltiplas funções do tutor, essa(s) se insere(m) no cenário de ressignificação da prática docente e requerem competência profissional em três dimensões: pedagógica (apropriação dos processos de aprendizagem, incluindo as práticas de avaliação qualitativa e quantitativa), didática (habilidades na mediação, dinamização e facilitação da aprendizagem) e técnica (domínio das funcionalidades e das questões técnicas dos ambientes virtuais). Na busca de alunos autônomos e compreendendo que entre os sujeitos prevalecem habilidades múltiplas e distintas, o tutor exerce, destarte, um papel de destaque nos cursos e programas de Educação a Distância.
Em meio à evolução, extraordinariamente rápida e em nível global, das tecnologias digitais, proporcionando mudanças impactantes na sociedade e instituições, com sistemas cada vez mais automatizados e uma “economia de plataformas”(7), o processo de ressignificação da educação tende a ganhar novos e mais expressivos contornos. Assim, a tendência é que em 2035 tenhamos a EaD ocupando um papel hegemônico nos processos educativos. Ademais, espera-se, que na transição do ressignificado da função docente, não tenhamos, como no vídeo “The lost job on Earth” a prevalência da mensagem recebida por Alice: “We’re upgrading our workforce and i’m sorry to say”.

NOTAS E REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

(1) Texto produzido, em 7/3/2017, para o curso de Formação em EaD – UAB/UECE.
(2) Cf. BRASIL. Decreto nº 5.622, de 19 de dezembro de 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5622.htm>. Acesso em: 5 mar. 2017.
(3) ALVES, Lynn; NOVA, Cristiane. Educação a Distância. São Paulo: Futura, 2003.
(4) ALONSO, K. M. Algumas considerações sobre a educação a distância, aprendizagens e a gestão de sistemas não presenciais de ensino. In: PRETI, O. Educação a distância: ressignificando práticas. Brasília, DF: Liber Livro, 2005.
(5) BRASIL. Lei nº 9.394, de 23 de abril de 1996 (com emendas posteriores). Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm>. Acesso em: 19 jan. 2017.
(6) Expressão utilizada por MOREIRA, E; RODRIGUES, L.
 Educação a Distância: conceitos, legislação, características, modelos, recursos e tutoria (Aula 1). Fortaleza: UECE, 2017.  p. 6.
(7) Cf.<http://ofuturodascoisas.com/que-novos-empregos-vao-existir-em-2035/>. Acesso em: 3 mar. 2017.


EaD: Da Rádio Sociedade do Rio aos Ambientes Virtuais de Aprendizagem.


domingo, 14 de maio de 2017

"NAS TRÊS LETRAS DE MÃE TEM TANTO AMOR / QUE NÃO HÁ QUEM CONSIGA DESCREVER", DE JONAS BEZERRA E RAULINO SILVA.

Amigos(as), vejam que primor poético (e de improviso) dos poetas repentistas Jonas Bezerra e Raulino Silva. Nesse mote em decassílabo em cantam: NAS TRÊS LETRAS DE MÃE TEM TANTO AMOR / QUE NÃO HÁ QUEM CONSIGA DESCREVER.

RS - Mãe é dona do lar do piso ao teto
E giram os filhos em torno das mãezinhas
Pra seu nome escrever são três letrinhas
Mas que valem por todo alfabeto
Cada gesto de amor é tão repleto
Que não fere se for repreender
Nem machuca na hora de bater
Que até tapa de mãe é indolor
NAS TRÊS LETRAS DE MÃE TEM TANTO AMOR
QUE NÃO HÁ QUEM CONSIGA DESCREVER.

JB – Nas três letras de mãe a gente nota
Uma fonte de amor que não tem fim
Toda mãe se parece com um jardim
Dando vida pra cada flor que brota
Seu amor verdadeiro não se esgota
Estar entre a família é seu lazer
Ter cuidado com o filho é seu prazer
E tem a bênção de Deus em seu favor
NAS TRÊS LETRAS DE MÃE TEM TANTO AMOR
QUE NÃO HÁ QUEM CONSIGA DESCREVER.

RS – A   mãe muda de status toda hora
Pra ganhar do rebento a confiança
Vira carro que leva quando cansa
E quando vai caminhar se torna escora
Ela vira babá se o filho chora
Vira médica se o filho adoecer
E se o guri tiver dúvida de um dever
Ela assume o lugar do professor
NAS TRÊS LETRAS DE MÃE TEM TANTO AMOR
QUE NÃO HÁ QUEM CONSIGA DESCREVER.

JB – A barriga lhe deixa deformada
Sofre crise e distúrbio muitas vezes
Mesmo assim ela passa os nove meses
Esperando o momento da chegada
Sente dor, sente medo, fica inchada
Sem falar que tem risco de morrer
Mas enfrenta isso tudo por saber
Que o filho compensa a sua dor
NAS TRÊS LETRAS DE MÃE TEM TANTO AMOR
QUE NÃO HÁ QUEM CONSIGA DESCREVER.

RS – É a mãe preparada pra amar
Disso não há ninguém que desconfie
Ela sopra o mingau até que esfrie
Pra criança beber sem se queimar
No período invernoso se esfriar
Ela põe o lençol pra proteger
Mas não deixa seu filho padecer
Por excesso de frio ou de calor
NAS TRÊS LETRAS DE MÃE TEM TANTO AMOR
QUE NÃO HÁ QUEM CONSIGA DESCREVER.

JB – O bebê é cercado de energia
De amor na entranha maternal
E através do cordão umbilical
Se alimenta no ventre a cada dia
Sua vida no mundo se inicia
Logo após a placenta se romper
Mas pra o ser desligar-se de outro ser
O cordão leva o corte do doutor
NAS TRÊS LETRAS DE MÃE TEM TANTO AMOR
QUE NÃO HÁ QUEM CONSIGA DESCREVER.

RS – Até ótimo pra mãe não é conceito
Da família e do mundo ela é o centro
Se deforma por fora, mas por dentro
Gera o filho no ventre sem defeito
O que mãe tem de amor dentro do peito
Não existe palavra pra dizer
Nem há número nenhum que possa ser
Comparado de longe ao seu labor
NAS TRÊS LETRAS DE MÃE TEM TANTO AMOR
QUE NÃO HÁ QUEM CONSIGA DESCREVER.

JB – Nas três letras podemos confirmar
(M) é muro de paz e proteção
(A) de amor, de alegria, de atenção
(E) de ensino, de exemplo, de educar
Mãe é sílaba que dá pra superar
Toda biblioteca se eu for ler
E em qualquer idioma dá pra ver
Que seu nome é tão puro quanto a flor
NAS TRÊS LETRAS DE MÃE TEM TANTO AMOR
QUE NÃO HÁ QUEM CONSIGA DESCREVER.

Raulino Silva e Jonas Bezerra.
Vídeo com o mote.